LAR, DOCE LAR E A PLANTA QUE RETIRA A CONTAMINAÇÃO

“A maioria dos animais que depende das árvores não lhes causa nenhum dano. Graças às diferenças de nível de umidade e incidência de luz, eles adaptam o tronco ou a copa e os fazem de moradia, transformando-os em pequenos ninchos ecológicos”. (Livro: A vida secreta das ávores).

Ao entender o contexto acima, nota-se que na natureza tudo se adequa a necessidade. Charles Darwin destacou:

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.

Com o crescimento humano também houve aumento das atividades industriais e agrícolas tem provocado a contaminação do meio ambiente por metais pesados em todo o mundo. O aumento da concentração de contaminantes na natureza vem causando grandes impactos gerando reflexos direta ou indiretamente no clima do planeta Terra. Estudos indicam que existem altas concentrações de metais pesados em áreas próximas de complexos industriais urbanos e em áreas de agricultura com uso de fertilizantes, corretivos e agrotóxicos. A contaminação dos metais pesados é preocupante, pois poluem solos e rios através da lixiviação. Portanto, torna-se eminente de intoxicação do homem.

Neste contexto, como mencionado acima, a própria natureza possui ou cria mecanismos para “tentar” amenizar os impactos gerados pelo crescimento exponencial da população e o nível de efluentes lançados no meio ambiente. Estes mecanismos são poucos conhecidos e/ou mencionados é devem ser levados para conhecimento geral das pessoas, uma vez que uma planta pouco conhecida fica sujeita a ser retirada do meio ambiente e isso pode ocasionar transtornos ao ecossistema como a Taboa. 

 

TABOA – Typha domingensis Pers 

 

Ao interpretar o que foi destacado acima, os metais pesados, classificação da literatura, como cádmio, chumbo, arsênio, mercúrio são contaminantes perigosos na natureza e merecem destaque, pois se acumulam na cadeia alimentar e geram prejuízos à saúde humana como aumento da probabilidade de câncer. De fato, os metais pesados sofrem o processo de Biomagnificação sendo o aumento na concentração de um contaminante a cada nível da cadeia alimentar e, inclusive, os metais pesados em contato com o meio ambiente levam à perda da biodiversidade por acumularem-se na cadeia trófica. No entanto, é pouco mencionado nas redes sociais.

Plantas como a Taboa são pouco conhecidas. A Taboa sobrevive em águas contaminadas por rejeitos industriais e agrícolas e possui habilidade de absorver grandes quantidades de ferro, zinco, chumbo e alumínio e acumular esses metais em seus tecidos. Porém, as pessoas pouco conhecem sobre tal planta e habilidade e, normalmente, retiram a taboa do meio ambiente, pois são consideradas como uma praga pelas pessoas. É uma planta considerada hiperacumuladora de metais pesados como o cádmio. A hiperacumulação é a capacidade da planta em acumular os metais pesados em seus órgãos, isto é, raiz, folha e o rizoma. Dessa forma, o cádmio é absorvido por esta planta que acumula ele nos tecidos, o que retira o metal do meio ambiente e não sofre efeitos do metal e, ao mesmo tempo, reduz a contaminação do cádmio para outros organismos, principalmente no meio aquático.

 

FITORREMEDIAÇÃO

 

Dessa maneira, é um atributo extremamente importante e merece ser estudado, porém altamente negligenciada, que é o processo denominado fitorremediação. A Fitorremediação é uma técnica comumente empregada para a remoção de poluentes em ambientes contaminados. Este consiste em utilizar plantas para remover diferentes tipos de poluentes depositados nos ambientes terrestres e aquáticos. É uma técnica considerada vantajosa por ser de baixo custo e eficiente. Em experimento, plantas de T. domingensis foram coletadas e propagadas em casa de vegetação por 60 dias em solução nutritiva. O experimento foi conduzido utilizando três concentrações de cádmio, durante 90 dias. Os resultados indicaram que a Taboa não sofreu efeitos significativos nas características fotossintéticas, bem como outros parâmetros avaliados.

 

LAR, DOCE LAR

 

Portanto, a Taboa, Typha domingensis, mantiveram as mesmas características na presença de cádmio, demostrando sua tolerância ao poluente e pode ser utilizada em processo de fitorremediação. Além disso, devido ao atributo vantajoso poderia ser empregado em empresas que mexem com mineração. Assim merecem destaque em mais estudos e investimentos para tentar entender e compreender ainda mais sobre esses mecanismos de tolerância e remoção de metais pesados.

LEIA SOBRE: https://doi.org/10.1590/1519-6984.171961

SIGAM: @jean.etal

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Exit mobile version